12/13/2018
Projeto, que ainda segue para votação em plenária da Casa, substitui dez tributos por dois
Comissão especial da Câmara aprovou nesta terça-feira (11) uma proposta de reforma tributária que unifica tarifas. O projeto extingue dez tributos, que serão substituídos por dois novos impostos.
O texto segue para votação no plenário da Câmara, antes de ir para análise do Senado. Novas movimentações na proposta, que altera a Constituição, ficam para o ano que vem, a depender do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Pela proposta, serão extintos IPI, IOF, CSLL, Pis, Pasep, Cofins, Salário Educação e Cide Combustíveis, além de ICMS estadual e ISS municipal.
No lugar, o projeto cria o IBS (Imposto sobre Operações com Bens e Serviços), com tributação sobre valor agregado, de competência estadual, e o IS (Imposto Seletivo), sobre operações com bens e serviços específicos, federal.
Entre outros tributos, ficam preservadas as contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento, Imposto de Renda, IPTU e impostos de importação e exportação.
O IPVA é preservado na esfera estadual, mas passa a ter receitas totalmente direcionadas aos municípios.
Para a partilha da arrecadação entre os entes da federação, o relator da proposta, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), afirmou que o objetivo foi garantir a participação mais semelhante possível com a dos tributos atuais.
Para a implementação do novo modelo, ficou definido um prazo de transição de 15 anos, dividido em três etapas. Segundo o relator, a ideia é que a reforma não gere alterações abruptas na carga tributária.
Ele disse ainda que conversou com Bolsonaro antes da votação do relatório na comissão. A equipe do presidente eleito, porém, ainda não entrou em consenso sobre o modelo de reforma tributária a ser defendido pelo novo governo.
O texto final da comissão sofreu alguns ajustes e não estava pronto até o início da noite desta terça. Hauly informou, porém, que apenas alterações pontuais foram feitas no relatório.
Fonte: Folha de São Paulo
Fazenda sugere medidas de aumento de tributo e de corte de subsídios
Fazenda sugere medidas de aumento de tributo e de corte de subsídios
'Panorama Fiscal Brasileiro' traz mapeamento da situação fiscal da União e reforça que sem reformas não será possível reequilibrar as contas públicas
O Ministério da Fazenda fez uma série de sugestões de aumento das receitas primárias entre 2019 e 2022 que somam R$ 272,6 bilhões. O documento ainda propõe uma tabela regressiva de incentivos fiscais, que somam R$ 136,1 bilhões nesse mesmo período, o que geraria uma economia de R$ 408,7 bilhões. A proposta prevê um corte linear de 10% nos gastos tributários geraria aumento de receita da ordem de R$ 30,6 bilhões, em 2019; de R$ 32,8 bilhões, em 2020; de R$ 35,1 bilhões, em 2021, e de R$ 37,6 bilhões, em 2022.
Essas medidas constam de um relatório de 97 páginas publicado nesta terça-feira (11/12), denonominado “Panorama Fiscal Brasileiro”, que faz parte do material produzido pela equipe econômica para o governo de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro. O estudo sugere, por exemplo, a elevação da alíquota previdenciária dos servidores federais civis de 11% para 14% e o aumento da alíquota do imposto de renda para empresas com declaração sobre a base de cálculo do lucro presumido de 32% para 40%. Também são propostos a tributação de juros sobre capital próprio e de lucros e dividendos. Este último, apenas em 2019, geraria uma receita de R$ 21,4 bilhões.
O governo também prevê a mudança na tributação das LCA/LCI, hoje isentas, com imposto de renda de 15% sobre o rendimento e a tributação de fundos privados constituídos sob a forma de condomínios fechados, o que, pela previsão da Fazenda, renderia uma receita de R$ 10,8 bilhões em 2019. Pelas projeções feitas no estudo, essas medidas e outras, incluindo a privatização da Eletrobras, renderiam R$ 77,8 bilhões no próximo ano.
O documento da Fazenda reforça a necessidade de mudanças estruturais “significativas para que ocorra recuperação dos resultados fiscais nos próximos anos”, e a pasta avisa que isso vai depender da aprovação de medidas que contenham a expansão das despesas obrigatórias. Sem tais reformas, o país pode estabilizar a dívida pública em patamares bem elevados e apresentar baixas taxas de crescimento.
O estudo foi coordenado pela Secretaria do Tesouro Nacional e apresenta um mapeamento da situação fiscal brasileira e permite avaliar os principais problemas fiscais do país e as potenciais medidas mitigadoras. Além de trazer o contexto econômico e o desempenho fiscal, o material traça cenários com projeções fiscais de médio prazo, faz um mapeamento de riscos e uma análise de curtíssimo prazo sobre a programação e execução orçamentária e financeira de temas específicos, como a Regra de Ouro. Também são avaliados os impactos de medidas fiscais e do marco regulatório e a situação fiscal dos estados e municípios.
Fonte: Correio Braziliense
O 1% rico do país e a mentira neoliberal espalhada pelo MBL
REFORMA TRIBUTÁRIA
Vemos atualmente o que a candidatura presidencial de Collor havia feito em 1989, ao colocar sobre o funcionalismo público todos os problemas do país. Mas o grande responsável pela desigualdade continua sendo o setor privado
por Marcio Pochmann publicado 10/12/2018 09h04, última modificação 10/12/2018 09h11
CC/WIKIMEDIA
Vídeo difundido pelo WhatsApp e que traz a sigla MBL (Movimento Brasil Livre, de extrema direita) revela que o 1% mais rico da população do país seria constituída por funcionários públicos federais (políticos, diplomatas, auditores fiscais e membros do Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas, Banco Central, Companhia de Valores Mobiliários) e não por grandes empresários. Em virtude disso, a desigualdade no Brasil, em vez de ser explicada pela natureza da dinâmica capitalista, seria expressão dos “marajás federais” que se apossaram do Estado, tornando-o desnecessário e promotor de desigualdade, ademais de financiado por elevada carga tributária a atingir fundamentalmente os mais pobres.
Para o IBGE/Pnadc, dos 207,1 milhões de habitantes estimados para o ano de 2017, 125,4 milhões possuíam rendimentos de diversas fontes, indicando que a cada grupo de dez brasileiros, seis possuíam alguma forma de renda. Tomando-se como referência apenas o segmento representado pelo 1% mais rico dos brasileiros com renda, cujo piso do rendimento auferido é de 15 mil reais mensais, pode-se identificar algumas características principais do perfil dos brasileiros mais ricos.
A cada grupo de quatro pessoas com rendimentos pertencentes ao 1% mais ricos, por exemplo, um encaixa-se na condição de funcionário público (3,7% do total dos 11,5 milhões de servidores públicos do país). O segmento dos funcionários públicos (civis e militares) que faz parte do 1% mais rico no Brasil é composto por 45,8% empregados da União, 40,1% dos estados e 14,1% dos municípios.
Assim percebe-se que o agrupamento dos funcionários públicos federais responde por 11,9% do total das pessoas que pertence ao segmento do 1% mais rico do país. Além disso, constata-se também que a composição dos funcionários públicos que fazem parte do 1% mais rico não se apresenta concentrada em poucas categorias profissionais.
As principais profissões do serviço público federal que fazem parte do 1% mais rico do país estão representadas por 9,3% de professores universitários, 6,9% de oficiais das Forças Armadas, 6,7% de profissionais do direito, 5,8% de gerentes de bancos, serviços financeiros e seguros e 5,7% de contadores. Essas cinco profissões, por exemplo, respondem por menos de 29% do total dos servidores públicos cujo elevado rendimento mensal os fazem pertencer ao 1% mais rico da nação.
A mentira neoliberal propagandeada atualmente repete o que a candidatura presidencial de Collor havia feito em 1989, ao colocar sobre o setor público todos os problemas do país. A redução do Estado, a perseguição de funcionários públicos e o corte dos investimentos públicos e dos rendimentos não diminuem a pobreza, muito menos a desigualdade social no Brasil, ante o contrário.
Aliás, com base no Ibge/Pnadc, cerca de três quartos (ou seja, 75%) do segmento que representa o 1% mais rico no Brasil se constitui por pessoas com rendimentos auferidos justamente no setor privado. Por conta disso, constata-se que a desigualdade brasileira não se assenta fundamentalmente nos servidores públicos federais enquanto “categoria de marajás’ mas, sobretudo, na alta renda do setor privado, o que comprovaria a natureza desigual da dinâmica capitalista.
No setor público registram-se privilégios que devem ser combatidos, assim como a adoção de medidas voltadas à elevação da eficiência e funcionalidade do Estado, mas que dificilmente será possível de alcançar com o receituário neoliberal. A adoção de uma reforma tributária progressiva, que onerasse justamente os mais ricos, justamente os segmentos pertencentes ao setor privado, seria extremamente positiva para o enfrentamento das desigualdades no país.
Estaria o MBL disposto a fazer mea culpa e passa a defender correções na dinâmica capitalista brasileira?
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